LESÃO CEREBRAL E PULMONAR. O QUE INTEGRA CÉREBRO E PULMÃO?

Cynthia dos Santos Samary, Pedro Laurindo Fiorio Jr

Resumo


Lesões cerebral e/ou pulmonar são causas frequentes de admissão nas unidades de terapia intensiva e estão associadas a altas taxas de morbidade e mortalidade. A inflamação cerebral decorrente do trauma é seguida por imunossupressão e possui repercussões locais e sistêmicas, podendo retardar o processo de reparo da própria lesão, assim como prejudicar as lesões em outros órgãos. A infecção é a complicação mais frequente, sendo a pneumonia pós-AVE implicada em altos índices de mortalidade. Além disso, a ventilação mecânica, que é frequentemente utilizada nesses pacientes, pode induzir resposta inflamatória sistêmica e consequentemente falência orgânica múltipla. Logo, há uma intensa comunicação entre o pulmão e os outros órgãos, inclusive o cérebro. Nesse contexto, diversos pacientes que sobrevivem ao quadro de Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo apresentam deterioração cognitiva na alta hospitalar. Tal disfunção neurológica pode ser um marcador secundário de dano pulmonar. A interação pulmão-cérebro tem recebido pouca atenção na literatura, mas evidências recentes sugerem que ambos os pulmões e o cérebro podem promover inflamação através de mediadores comuns. Esta revisão objetiva discutir os mecanismos fisiopatológicos que envolvem a interação entre a lesão pulmonar e cerebral, bem como inferir as repercussões de estratégias comumente utilizadas em pacientes criticamente enfermos. 


Palavras-chave


Traumatismos encefálicos; Lesão pulmonar aguda; Pneumonia; Respiração artificial

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Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. ISSN: 1414-0365